Alquimia da Alma: Psicologia Transpessoal, Vidas Passadas e Tarot
Na tradição alquímica, a fusão harmoniosa entre dois elementos não se dá pela simples soma, mas por um processo de coniunctio (união dos opostos), que envolve três fases essenciais:
Solve – a dissolução das formas rígidas; aqui, seria o desfazer das fronteiras artificiais entre psicologia, espiritualidade e simbolismo.
Coagula – a coagulação, isto é, a síntese de um novo corpo; neste contexto, a criação de uma linguagem comum entre psicologia transpessoal, terapia regressiva e Tarot.
Coniunctio – a união transformadora; não apenas coexistência, mas o nascimento de um terceiro elemento, uma prática terapêutica que opera simultaneamente no plano psicológico e simbólico-espiritual.
Nota: Em alquimia, solve et coagula não são apenas operações químicas antigas, mas metáforas da transformação da psique.
Aqui o Tarot entra como chave simbólica que dialoga com esse processo:
Os Arcanos Maiores funcionam como portais arquetípicos, permitindo ao paciente nomear e visualizar as forças psíquicas em jogo.
A tiragem estruturada (v.g. "Ecos da Alma – Tarot da Última Vida") dá forma a uma narrativa que liga: quem fomos, que provas enfrentámos, que lições ficaram por aprender e como isso ressoa no presente.
O Tarot não é apenas um oráculo: é um espelho alquímico. Cada Arcano abre uma porta para o mundus imaginalis, esse lugar onde as imagens vivem como realidades da alma. A carta desperta memórias, emoções e símbolos que, ao serem reconhecidos, tornam-se remédio. Assim, o Tarot não reflecte apenas: transmuta.
A fusão torna-se alquímica porque a experiência não se limita a "ler cartas", mas a cozinhar na mesma matriz simbólica três ingredientes:
1. a escuta activa,
2. a exploração do inconsciente transpessoal,
3. e a mediação imagética do Tarot.
Assim, o Tarot, no seu labor alquímico, lembra-nos que cada imagem é mais do que um símbolo: é a aquela chama que ilumina, o espelho que revela e o remédio que transforma. Ao “fundir” psicologia, espiritualidade e Tarot, não procuro respostas externas, mas o ouro interior que já habita em cada um de nós.
